domingo, 24 de janeiro de 2016

Ilha de Maré - Salvador/BA

Depois de várias semanas em Salvador recebemos resposta da representante da Fundação Cultural Palmares, que Romina enviou um e-mail pedindo contatos de comunidades quilombolas em Salvador/BA e ela nos enviou uma lista. Ligamos para alguns números e conseguimos falar com Selma, a representante da comunidade quilombola Praia Grande, que fica na Ilha de Maré. Explicamos sobre o projeto Se Essa Praça Fosse Minha e perguntamos sobre a possibilidade de apresentar o espetáculo no lugar. Ela falou que domingo era ótimo, o melhor dia.  

No domingo vimos o mapa e seguimos rumo a Praia Grande. Neste dia Selma nos ligou dando detalhes da localidade e nos disse que teriamos que pegar um barco, pois era na Ilha de Maré, comunidade Praia Grande. Tomamos um susto, mas adoramos a aventura.

O caminho foi bem adverso, tivemos que perguntar para algumas pessoas, passamos inclusive no meio da feira do Curtume até chegar no fim da linha, na Base Naval. Deixamos o carro e fomos até o porto. Pegamos o barco do Bino, que depois descobrimos ser o vizinho de Selma, ótimo. 



Botamos as malas para cima do barco e seguimos para Ilha. No caminho, Selma ligou perguntando se estávamos perto, pois as crianças estavam ansiosas. Com esta informação e supondo que elas já estariam nos esperando, decidimos nos trocar no barco, para já chegar de palhaço. 
















Estávamos certos, de longe vimos várias crianças. Quando Romina acenou para elas, identificaram e gritaram: PALHAÇO!!!!!!! Vieram correndo e gritando nos dando uma espontânea e linda boas vindas. Rapidamente cada um pegou uma mala e começaram a perguntar muitas coisas: De onde vimos, nomes, o que tinha nas malas, tudo ao mesmo tempo. Nos levaram para o lugar da apresentação, uma varanda do bar de Selma, cada um pegou uma cadeira e sentaram ansiosas para assistir. 




Eram extremamente participativos e ao mesmo tempo timidos. Apresentamos para olhares curiosos, alguns como se tentassem entender, outro rindo forte, aos poucos foram parando na roda adultos que também se divertiram. 


As crianças enlouqueceram com o espetáculo. Demonstraram toda essa carência, questões sociais que nos demandou muita energia, apesar disso foi lindo, perfeito. No final da apresentação queriam pegar os instrumentos, brincar, perguntar, ajudar a guardas as coisas, estavam curiosos. Brincamos com eles, conversamos, Romina mostrou as bolhas e como se faz, ensinamos música e  cantamos. Tudo isso até às 16 horas que era o horário que o último barco sairia. 





          

Mais ou menos 7 crianças ficaram até o final, fizeram questão de nos ajudar a levar as coisas até o barco, agradecemos a Selma e a sua mobilização para que o espetáculo acontecesse na comunidade. Partimos felizes e com o sentimento de realização de um dos grandes objetivos do projeto, que é levar a nossa arte para aqueles lugares onde não costuma chegar. Voltamos na casa onde estamos parando, o balanço do mar foi quem nos ajudou a conciliar o sonho.

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