No dia 1 de março, domingo, vamos ao Parque Madureira confiando que íamos trabalhar. Chegando no parque, vimos um espaço enorme, lotado e que estava acontecendo vários eventos ao mesmo tempo.
Passamos muito tempo procurando a administração do espaço, em seguida procurando os responsáveis da administração que estavam em algum dos eventos.
Quando encontramos, ele nos fala da impossibilidade de apresentar no lugar. Falamos do nosso projeto, mas foram dadas algumas respostas.
A primeira resposta é que já estava havendo vários eventos no lugar.
A primeira resposta é que já estava havendo vários eventos no lugar.
- Argumento não muito convincente, pois o parque é muito grande e um evento não influenciava o outro.
Os espaços são realmente público?
Segunda, que precisávamos ter avisado com antecedência. Pois se faz necessário um pedido de autorização.
- Estamos ouvindo com frequência esse argumento, o que nos faz refletir sobre a burocracia e a dificuldade de apresentar nos espaços públicos. Reflexão: Será que os espaços são realmente públicos? Vivemos realmente em um país livre?
O assistencialismo
Último argumento e que nos deixou verdadeiramente triste, foi o responsável dizer que mesmo que a gente se apresentasse não podíamos passar o chapéu.
Os espaços públicos criam eventos assistencialistas para a comunidade, com certeza eventos remunerados, financiados por projetos. Quando o artista de rua independente apresenta não pode passar o chapéu? Que politica é essa? Mais uma vez ignorância de informação sobre o nosso trabalho e hipocrisia.
Voltamos tristes e indignados, é triste ver como as politicas culturais ocupam os espaços públicos e administram ao seu beneficio. Fazendo de um espaço público um espaço fechado e com leis internas que contrariam por exemplo a lei de livre expressão e lei do artista de rua. Politica aristocrata que não integra, apenas gera competição e burocracia.
Na volta para renovar energias apresentamos numa praça perto do Hotel, no bairro Engenho de Dentro, mas o chapéu foi fraco e estávamos verdadeiramente abalados pelas emoções da semana.