domingo, 24 de janeiro de 2016

Aracaju/SE

No dia 21 de Julho partimos para Aracaju/SE, quando chegamos em Lagarto decidimos parar para descansar em um hotel barato e confortável, seguimos viagem no dia seguinte. Estadia de R$ 40,00, conseguimos repor energia, dia seguinte estávamos em Aracaju.



Em Aracaju tomamos um susto, há alguns meses tínhamos entrado em contato com Rubens, um rapaz de Aracaju que mora em Fortaleza. Ele havia nos assistido em Fortaleza, é irmão de Rildete uma amiga que trabalhou no Centro Cultural Banco do Nordeste. Quando Rubens soube do projeto, se comprometeu em nos ajudar cedendo a casa de sua mãe na capital sergipana. 

Quando ligamos para a sua mãe, primeiramente ela nos fala que a casa estava alugada. Ficamos sem saber o que fazer. Minutos depois D. Lindete liga dizendo que poderíamos ficar na sua casa, que não teria problema. Depois de ter  confirmado com Rubens a mesma senhora disse que era melhor a gente ir para a casa que supostamente estava alugada, ficamos sem entender. No caso só estava alugada o primeiro piso para dois rapazes e funciona um reforço escolar. 



A casa estava abandonada, por um momento pensamos que não seria possível ficar. Rapidamente usei a internet para tentar articular outro lugar, Romina iniciou uma faxina e logo a casa ganhou outra cara. Coloquei tudo o que não servia para um quarto e fechamos. No final tivemos até sorte, pois a casa pegava o sinal de internet do Instituto Federal de Sergipe que ficava na frente, foi possível fazer produção. 



No dia seguinte, muita chuva. Péssimo para o artista de rua. Passamos o dia todo em casa fazendo produção e assistindo filme. Neste dia Rivando, filho de Lindete, músico e jornalista nos visitou a pedido da mãe e tentou nos deixar por dentro da realidade da cidade e propor alguns lugares de apresentação.

Conhecemos Débora que junto com Sonia são sócias de um lugar chamado Reciclaria. Um lugar que tem como proposta restaurar móveis para venda. Em torno da Reciclaria vários espaços de alimentação consciente, meditação e cura espiritual. O espaço estava por inaugurar e a proposta era que nós  adiássemos a data da viagem e nos apresentássemos. O que seria inviável. Débora que nos levou também tem uma empresa de chás orgânicos, foi muito bom conhecer pessoas com propostas alternativas.



Depois de conhecer o espaço Débora nos deixou em frente ao museu da Gente Sergipana. Um museu muito interessante, criativo e interativo usando a tecnologia a favor da informação. 

Fomos no centro da cidade e fizemos mais produção, conseguimos articular uma apresentação em um remanescente quilombola com o representante da comunidade Wellington. Descobrimos que o quilombo ficava em Estância, outro município. A surpresa, 68 Km voltando para a Bahia. Foi um motivo de conversa e reflexão. Não podemos deixar este tipo de coisa acontecer. Eu desatentamente fechei a apresentação sem me certificar onde ficava detalhadamente o lugar. Aprendizado sempre. 

No final fomos muito bem recebidos por Wellington que rapidamente nos levou para a rádio. 


Em seguida nos apresentou a comunidade do alto de um complexo turístico e contou um pouco da realidade. Contou que a comunidade Porto D' Areia foi praticamente dividida, explicando e mostrando as melhorias que foram feitas até certo ponto e deixando o resto da comunidade em situação precária. A associação quilombola mantém atividades na comunidade na busca de mudar um pouco a realidade. 



A associação mantem um bloco de carnaval chamado Cabeçorra do Quilombo, outro projeto chamado Batucada Junina e um antigo grupo de teatro chamado Grupo Cultural Improviso de Sergipe. Wellington tirou almoço, janta e combustível do seu bolso pra ver o projeto acontecer. 



Fizemos o espetáculo em um pequeno palco da associação, Foi ótimo, mas não podemos deixar de fazer uma reflexão. A tecnologia chegou em todas as classes sociais, ficamos tristes vendo algumas pessoas tirando self durante a apresentação ou dispersas com o telefone. Conseguimos nos alimentar das crianças que riam de tudo, assistiam encantadas com brilho no olhar. Adultos que estavam presentes por inteiro e riam muito voltando a ser crianças. O que a magia do circo e do palhaço promove nos alegra e dar forças para continuar. 




O dia 26 de Julho, foi um dia chuvoso. Alimentávamos uma vontade grande de conhecer lugares, conhecer a Orla, ir na praia, mas a chuva não permitia. Depois de um dia em casa, às 17 horas decidimos ir na praia. Fomos na Atalaia, sentamos um pouco na areia, eu pude mergulhar, depois passamos em uma feira de artesanato e comemos um pastel. Um passeio agradável que nos fez ver uma capital tranquila e limpa. Passamos em frente ao projeto TAMAR, vimos parques, bares. Ou seja atrações para vários gostos. 

Dia 27 de Julho, fomos resolver coisas do carro. Ajeitar limpador de para-brisa e buzina, o mecânico fez rapidamente o trabalho. 

Tiramos o dia para ir no centro comprar coisinhas que precisávamos. Estávamos felizes, tudo se organizando. Fomos no mercado de Aracaju, muito lindo. 

Em um determinado momento passamos por um corredor que vendia animais, enquanto Romina se distraiu com os pássaros eu já estava nos cachorros. Muitos cachorrinhos enjaulados, mas um deles me chamou atenção. Mais animada da gaiola, mordendo o dedo e deixando acariciar com uma cara pedindo para sair. O dono dizendo que era fox terrier, obviamente a gente não acreditou. Estavam pedindo R$ 180,00, depois de contar a nossa história e dizer que só tinha R$ 50,00 o responsável foi pegar a caixa para a gente levar. Saímos do centro com uma cachorrinha e um pensamento: Somos loucos. Com certeza loucos felizes. Foi uma mudança radical na rotina. 


Começamos assistir vídeos de como ensinar o cachorro fazer necessidades no lugar certo, como fazer truques, estávamos parecendo crianças que ganham cachorrinho de aniversário. Bom, toda uma aventura a noite acordando para levá-la para o jornal, nova rotina e muito mais presentes no momento.  

Assim foi Aracaju/SE.

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