domingo, 24 de janeiro de 2016

Piaçabuçu/AL

Dia 28 de Julho, quarta feira, Piaçabuçu/AL nos esperava. O nosso amigo Olivério teve que pegar uma balsa para atravessar para o outro lado do Rio São Francisco, uma nova aventura para ele e para a nossa querida Lamparina que estava descobrindo o mundo.



Contato dado pelo Circo do Asfalto, fomos recebidos pelo pessola de uma associação de arte e cultura em defesa do Rio São Francisco. 





Coordenada e idealizada por Dalva e Jasiel que nos receberam em sua casa tentando com a prefeitura o apoio de alimentação e combustível. Também visualizávamos apoios com transportes para comunidades que queríamos apresentar. Uma comunidade quilombola e outra em uma ilha do Rio São Francisco. Não tivemos respostas da secretaria e as apresentações se tornaram inviáveis pelo fato dos locais serem de difícil acesso. 

No dia 29 de Julho fomos conhecer a ilha do Gundim, onde Jasiel e Dalva possuem um sítio e onde teria a apresentação, lugar interessante, comunidade rural e pesqueira, onde se encontra mais ou menos 45 casas afastadas uma das outras. 



Saímos de Piaçabuçu rumo a ilha quando o sol nem havia saído ainda. Chegamos para conhecer a ilha na lancha escolar que pega as crianças. Passamos o dia, a pequena ilha do rio ainda não possui energia elétrica. 










Interessante, muita natureza, um grande silêncio que aos poucos foi nos deixando impacientes. Além de Jasiel e Dalva estavam seus dois filhos, Januário e Pedro que foram nossas companhias  propondo brincadeiras de criança e contando as suas experiências no local. Não tínhamos levado muitas coisas. Eu tentei malabares, subi em árvore, colhemos limão, banho de rio e os cuidados constantes da Lamparina. Acabamos não visualizando o lugar da apresentação e no outro dia voltamos para a cidade. Novamente com a carona da lancha escolar.



Depois deste dia em um lugar sem energia elétrica e de tanta tranquilidade tiramos o dia 30 de Julho para fazer produção, tentando entrar em contato com as próximas cidades. Depois de muitas questões, reflexões e desejos de seguir decidimos apresentar na sexta, mas a família sugeriu que a apresentação fosse no sábado, pelo fato de ter tempo de divulgar. Surgiu a possibilidade de apresentar na escola que Dalva trabalha, mas acabamos desistindo. Resumindo, produzimos tudo na sexta e apresentamos no sábado. 

Neste dia pensamos muito em ir embora, mesmo não conseguindo fechar com as próximas cidades. Fomos até Penedo com o intuito de tirar dinheiro, mas sem o cartão e depois de tanto insistir consegui tirar apenas R$ 100,00. Impossível viajar, chateação com o banco e com todo o sistema. Foi quando fechamos, precisamos fazer o projeto acontecer em Piaçabuçu.

31 de Julho, Jasiel nos levou na casa de um rapaz conhecido como Menininho, super articulado, antigo secretário de cultura que rapidamente fez uma super produção, para o espetáculo acontecer no sábado. Conseguiu espaço na rádio, fez um cartaz para o facebook, conseguiu almoço, articulou combustível e fez a gente se sentir estimulado e com vontade de apresentar. 

Dia 1 de Agosto, organização para o espetáculo que seria às 19h30. Um passeio ou outro pelas margens do rio, uma volta na praça, mas estávamos ocupados com a organização das próximas cidades que não respondiam. Fomos na feira pela manhã na tentativa de divulgar, mas foi desconfortável. A Lamparina no colo, acordeon da Burbuja, eu com a escaleta, Romina incomodada com os homens da feira, decidimos voltar logo.

A noite fomos a praça para os preparativos, a praça estava um deserto. Nos assustou, pensávamos por um momento que não teria público. Caixa de som ligada, lona armada, Olivério no lugar e Lamparina em sua caixinha muito bem comportada. 



Eu fui no banheiro, depois a Romina e surpreendentemente o público foi chegando. Apresentação inicialmente desconcentrada, eu trocava as palavras, mas aquecemos e nos divertimos muito. O público se divertiu. Estávamos agradecidos e exorcizados. 






Domingo, dia 2 de Agosto era o dia da famosa cavalgada da cidade, dia de festa no interior, um dos motivos da apresentação não ter sido possível nesta data. Todos passam o dia com cavalo ou carroça desfilando pela cidade, também é dia de festa e bebida. Não combina com a nossa proposta. 



Na passagem do chapéu, Burbuja disse que aceitava passeio para a foz do Rio São Francisco e como o universo é generoso tinha um guia na plateia e conseguiu para a gente. Larry é o nome dele, um rapaz simpático e generoso. 



No dia 3, fomos à foz do rio São Francisco. Um passeio lindo e cheio de histórias. Realizamos um forte desejo. Foi praticamente um presente do universo. Depois de ter apresentado em algumas cidades ribeirinhas, podemos dizer que fechamos um ciclo indo até a foz e presenciando esta beleza da nantureza. Vivenciamos tudo isso com uma única e verdadeira sensação: Agradecimento.

Fomos muito bem cuidado por Larry que conseguiu o passeio e o almoço. Uma equipe de guias muito divertida que fizeram com que as informações sejam transmitidas de forma muito agradável. Ouvimos do guia Robson as riquezas, histórias e problemas que atualmente o rio vem sofrendo. 


No passeio teve até forró e claro não poderíamos ficar de fora. Conhecemos também Marenice e sua filha Mayara de Taubaté/SP. Como Marenice mesmo se denominou: Cachorreira. Contou várias histórias curiosas a respeito da sua relação com cachorro e disse já ter salvado mais de 40. Foi perceptível o amor que ela tinha por Lamparina, ficando com ela no colo enquanto a gente levantou pra dançar o forró. Conversamos muito e recebemos até convite ir a sua cidade. 

Um caminho de barco repleto de belezas e uma chegada com gente simples e generosa em suas barracas, oferecendo o seu melhor atendimento aos visitantes. Barracas de artesanatos e comidas é a fonte de renda de alguns moradores da região.



Larry muito orgulhoso da sua terra, fez questão de que a gente provasse tudo. Cada coisa mais deliciosa que a outra.
 

No mesmo dia às 15:30 ministramos a oficina de "Acrobacia de Dupla" no Centro Cultural João Ferreira da Silva. Conseguimos oganizá-la graças a um dos integrantes da ONG Olha o Chico e garçom do restaurante que almoçamos que tanto nos pediu. Tivemos inclusive a participação de Larry e Robson responsáveis pelo nosso incrível passeio. 

Foi uma oficina muito divertida, um olho na oficina e outro na Lamparina que várias vezes fez xixi ou cocô como um bom filhote de cachorra. A turma muito esforçada e animada, mas saíram mortos. 

Dia 4 de Agosto, descansamos e usamos o dia para fazer produção para as próximas cidades. A entrada no nordeste estava sendo bastante desafiadora, as cidades respondiam que estavam muito em cima da hora, queriam que a gente adiasse as datas para um evento específico ou já tinham algum evento marca. Na apresentação em Piaçabuçu/AL conhecemos Gorette, uma moça da cidade de Pilar/AL que nos convidou para a sua cidade, como estava no caminho para Maragogi/AL cidade que também botamos no roteiro, decidimos ir. Foi uma passagem rápida e com apenas 1 apresentação. Decidimos pular para Maragogi/AL.

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