Dia 15 de Julho, às 16 horas estávamos em Ribeira do Pombal/BA. Quando chegamos tomamos um pequeno susto, não conseguíamos entrar em contato com Osvaldo o secretário que tínhamos articulado as apresentações. Procuramos na prefeitura, secretaria e nada. Como a secretaria de cultura era perto da praça central, estacionamos o carro e ficamos esperando e tentando ligar. Romina até cochilou no carro pelo cansaço da viagem.
Depois de duas horas Osvaldo e Daniel um rapaz que o ajuda com as produções dos eventos apareceram, pedindo mil desculpas pois estavam com o celular fora de área, estavam na zona rural da cidade. Osvaldo nos levou até o hotel que ficaríamos, um hotel simples e acolhedor que ficava praticamente na entrada da cidade. Ao perceber que não tinha garagem ficamos preocupados, mas não teve problema Osvaldo gentilmente ofereceu a garagem da sua casa. Além de tudo, Osvaldo nos deu todo o suporte com o seu carro. Só tirávamos Olivério da garagem para as apresentações, pois ele também é um artista da companhia. Descansamos um pouco e depois Osvaldo passou para nos pegar e levar para jantar no Cascata. O secretário conseguiu rapidamente articular uma entrevista na rádio para divulgar. Neste lugar conhecemos o Valtenis e uma turma muito agradável, fizemos uma entrevista que mais parecia uma conversa de bar, bem agradável e descontraída. Fomos nos sentindo bem a vontade, gostando da cidade, das pessoas e claro de Osvaldo que fazia tudo com bastante amor a arte e a sua cidade.
Dia seguinte, 16 de Julho tínhamos marcado uma entrevista às 7 horas da manhã. Novamente Osvaldo foi nos pegar fizemos a entrevista, contamos a nossa história e voltamos para o hotel. Foi o tempo de tomar café da manhã e voltar para dormir mais um pouco. Dormimos até 11 horas da manhã, estávamos cansados da viagem e do stress causado em Salvador. Na hora do almoço conversamos sobre os últimos detalhes que precisaríamos para a presentação. Pedimos uma extensão para testar os microfones, pois em Salvador compramos um adaptador que serviu para ligar os dois microfones na caixa de som.
Os microfones deram mais que certo! A apresentação foi boa, as pessoas foram chegando bem devagar e no final estávamos diante de uma roda gigante.
Os microfones deram mais que certo! A apresentação foi boa, as pessoas foram chegando bem devagar e no final estávamos diante de uma roda gigante.

Aproveitamos para divulgar as próximas apresentações, já que muitos chegaram do meio para o final. A praça Abelardo Gama tinha sido inaugurado pela manhã e a noite levamos o nosso espetáculo que foi timidamente recebido. Como disse Osvaldo foi uma ótima ideia, iniciar as atividades culturais em uma praça recém inaugurada. Nós esperamos que as artes continuem colorindo os espaços públicos. Neste dia o Cascata já havia fechado e jantamos pizza e brindamos o sucesso da estréia em Ribeira do Pombal/BA.
Dia 17 de Julho, a apresentação foi na Feira Livre. Acordamos vendo da varanda do hotel as barracas serem montadas e as pessoas chegando, a feira recebe cerca de 10 mil pessoas incluindo a cidade e a zona rural.
Antes do Osvaldo chegar já fomos até a feira ver onde poderíamos montar a lona e por onde Olivério poderia entrar. Em seguida chegou Jeferson, também funcionário da secretaria que estava nos ajudando.

Deixamos tudo montado e fomos dar uma volta na feira convidando as pessoas a assistirem o espetáculo. Passamos por uma parte da feira fazendo intervenções Romina com sanfona e eu com Escaleta. Conseguimos levar algumas pessoas, mas boa parte está envolvida nas compras. Valeu a experiência, mas depois pensamos que poderíamos ter marcado só uma intervenção pelas barracas como forma de divulgação do espetáculo que teria a noite.
Inicialmente tínhamos uma roda gigante, mas aos poucos o público tímido da zona rural foi se dispersando, mesmo a gente diminuindo alguns números e o tempo do espetáculo percebemos que as pessoas estão preocupados nas compras e outras com as suas barracas então era um público de passagem. O melhor é que o espetáculo não segue uma história linear o que faz com que o público possa assistir um número independente do outro. No momento de escolher os participativos era outro desafio, as pessoas fugiam literalmente. Foi muito engraçado no número do chapéu, eu insisti um pouco até conseguir um participativo, até que um corajoso surgiu com muita vontade de brincar e foi muito divertido a sua participação. O corajoso era um moto taxista da cidade que depois desse dia cada vez que nos encontrava nos cumprimentava.
Depois da apresentação fomos conhecer a zona rural de Ribeira do Pombal, Osvaldo nos levou a casa de uma família amiga sua. Era a casa de D. Marina, uma senhora de 86 anos, sua filha Luciene e o seu marido Pedro.
Uma casa que segundo eles está sempre cheia de visitas e parentes. Fomos muito bem recebidos, tomamos suco de graviola e comemos a pipoca de Sr. Pedro, o melhor pipoqueiro da cidade.
Lavamos e costuramos figurinos que estavam precisando. Quando pedimos para lavar com o intuito de aproveitar o sol e o varal de Luciene, ela mesma se ofereceu para lavar dizendo ser muito boa lavadeira.
Passamos uma tarde linda ouvindo as histórias de Luciene, Pedro e D. Marina que não perdeu o humor e as piadas com uma inocente imoralidade. A idade lhe trás um estado de inocência e esperteza fazendo sempre conseguir o que deseja. Uma autentica palhaça, observamos seu corpo, seu tempo cômico inerente, nos divertimos, tiramos fotos e ficou a dívida de enviar a foto impressa como lembrança. Vamos enviar junto com a do Sr. Odi pai de Odi presidente do Clube do Fusca de Lauro de Freitas/BA.
Fomos jantar e na demora da comida, ficamos preocupados com medo do público chegar na praça e não ver movimento. Nossa sorte é que Jeferson tinha posto uns refletores para iluminar a praça o que gerou expectativa. Percebemos também que é uma boa estratégia deixar Olivério na cena como pré - convocatória. Quando chegamos na praça já tinham pessoas esperando e rapidamente com ajuda do Dani montamos tudo e formou-se uma roda linda na praça Getúlio Vargas no centro da cidade.
Osvaldo abriu o espetáculo e depois foi o nosso momento, antes do espetáculo entrou na cena uma cachorrinha de rua, nós brincamos com a situação, ela se arrastava e balançava o rabinho, deu pra ver que era muito carinhosa. Muita gente do público achou que estava junto com a gente.
O público estava muito presente e com muita vontade de se assistir, se divertir e participar. Um senhor que conhecemos na feira, o João Gonçalves filmou a apresentação e nos passou o arquivo. A repercussão foi muito boa depois da apresentação, algumas pessoas disseram ter visto na feira, outras disseram ter visto na praça anterior e constantemente ouvimos gente que ouviram no rádio.
Ao final da apresentação se aproximou Antônio, um homem que nos assistiu na feira e depois da apresentação nos presenteou com cocos. Era perceptível a sua humildade e generosidade o que pra gente vale muito, agradecemos de coração.
Na feira ele disse que estaria na praça a noite e cumpriu sua palavra. No momento que Romina pega o participativo para dar um abraço, depois de várias tentativas escolhe ele, o Sr. Antonio ficou feliz e inclusive brincou na hora da câmera lenta. No final veio nos parabenizar pelas apresentações e disse de coração que sempre que tiver ele estará presente.
O público estava muito presente e com muita vontade de se assistir, se divertir e participar. Um senhor que conhecemos na feira, o João Gonçalves filmou a apresentação e nos passou o arquivo. A repercussão foi muito boa depois da apresentação, algumas pessoas disseram ter visto na feira, outras disseram ter visto na praça anterior e constantemente ouvimos gente que ouviram no rádio.
Ao final da apresentação se aproximou Antônio, um homem que nos assistiu na feira e depois da apresentação nos presenteou com cocos. Era perceptível a sua humildade e generosidade o que pra gente vale muito, agradecemos de coração.
Na feira ele disse que estaria na praça a noite e cumpriu sua palavra. No momento que Romina pega o participativo para dar um abraço, depois de várias tentativas escolhe ele, o Sr. Antonio ficou feliz e inclusive brincou na hora da câmera lenta. No final veio nos parabenizar pelas apresentações e disse de coração que sempre que tiver ele estará presente.
Depois do espetáculo fomos lanchar na própria praça, comemos tapioca, sanduíche, Romina experimentou o suco de cacau, comemoramos mais um sucesso e no final quando pedimos a conta a garçonete nos disse que o dono havia deixado por conta da casa. Todos nós ficamos muito impressionados e agradecidos.
No sábado, 17 de Julho depois de descansar bastante e almoçar fomos conhecer o Pombalzinho bairro onde seria a próxima apresentação. Conhecemos Cosme e Damião, irmãos donos do restaurante que fica ao lado da igreja da comunidade. Damião muito gentil se mostrou muito solicito e decidido a ajudar no que precisasse, seja com as cadeiras do restaurante, bancos da igreja e deu para sentir que a apresentação seria ótima.
Conhecemos a Vila Operária, lugar onde seria a outra apresentação. Este lugar não estava na programação, mas Osvaldo insistiu tanto que nos convenceu.
Conhecemos a Vila Operária, lugar onde seria a outra apresentação. Este lugar não estava na programação, mas Osvaldo insistiu tanto que nos convenceu.
Neste sábado também passamos pelo Alto do Santo Antônio, comunidade com predominância de negros muito interessante, foi quando percebemos que também merecia um espetáculo. Neste bairro possui uma praça central com uma igreja católica que os devotos dedicaram seus domingos para construir com as suas próprias mãos, o terreiro Oxossi Viva Deus Filho da mãe Marina que também nos foi apresentado e uma igreja evangélica.
Depois fomos visitar Sr. Simão e D. Gracinha, eles estão construindo uma casa nesta comunidade e tem outra no Pombalzinho. Simão é luthier e músico autodidata. Constrói zabumbas, pifanos e caixas. Foi lindo ter encontrado já que eu estava desejando conhecer mais sobre esses mestres da cultura popular nordestina. Nós os convidamos para assistir a apresentação e Osvaldo se ofereceu para pegá-los, Gracinha ficou ainda mais interessada quando soube que Romina tocava sanfona no espetáculo, disse que era apaixonada por sanfona ainda mais tocada por uma mulher.
Também nos apresentaram Rita, a filha. Rita nos adorou e disse que a gente será sempre bem vindo. Nos convidou para comer buchada e quando soube que Romina não comia carnes vermelhas falou que não tinha problema, poderia ser uma muqueca. Compramos uma zabumba e ganhamos dois pifanos da família.
Fomos preparar o lugar da apresentação, posicionamos Olivério e junto com Dani montamos lona, luzes e microfones. Praticamente todos os bancos da igreja viraram cadeiras de teatro, Damião do restaurante também cedeu suas cadeiras, o público foi chegando, lindo demais. O restaurante serviu para o público salgadinhos e refrigerantes.
Nos impressionamos com o poder da comunidade, chegamos a conclusão que quando a gente quer, tudo é possível.
Quando Osvaldo chegou com Simão, Gracinha, Rita e Judith (Prima - Irmã de Gracinha) começamos a apresentação.
Foi uma das mais lindas, o público estava muito presente, riam muito e foi um grande prazer apresentar para eles.
O único imprevisto foi o momento do chapéu. Sempre passamos o chapéu antes de puxar a toalha da mesa, desta vez eu fique na dúvida. Gerou uma insegurança por estar em uma comunidade e isso não foi positivo. Deixamos o chapéu pro final e para completar Romina ainda propôs deixar o chapéu no chão, foi uma confusão. Perdemos o controle, uma criança inclusive tirou R$ 2,00. Foi um aprendizado, não podemos subestimar o público e muito menos achá-los pobres, esse sentimento faz parte da nossa pobreza de espirito. Com tudo isso o resultado ainda nos surpreendeu.
Dia seguinte, 18 de Julho fomos conhecer Caldas do Jorro, fomos na feira de artesanato, tomamos sorvete, tiramos fotos e descansamos para a noite irmos fazer apresentação na Vila Operária.
A apresentação estava marcada para depois da missa. Foi um horário escolhido para ter o público garantido, mas não pensamos que no decorrer do espetáculo ficaria tarde, as pessoas sentiriam fome e frio. No meio da apresentação foi o que aconteceu, aos poucos o público, que eram pessoas muito animadas e presentes foram se dispersando. Percebendo isso depois das bolhas propus que a gente passasse o chapéu, foi ótimo. Momento justo, não fizemos o número da mesa, mas não ficamos sem o chapéu.
Ao final, todo mundo gostou, mesmo sendo pouco público, tinha qualidade e muita participação. Na fileira da frente tinha alguns adolescentes que riam e festejavam com todas as piadas. Depois do espetáculo, esperando Osvaldo que saiu para dar uma carona, compartilhamos momentos com Selmo (Que tinha sido pego por mim no momento do chapéu), Rivaldo (Que escapou de ser pego, dizendo que tinha problema no joelho), Thiago filho de Selmo (Um dos adolescentes animados da primeira fila). Fizemos amigos de verdade
Dia seguinte, 18 de Julho fomos conhecer Caldas do Jorro, fomos na feira de artesanato, tomamos sorvete, tiramos fotos e descansamos para a noite irmos fazer apresentação na Vila Operária.
A apresentação estava marcada para depois da missa. Foi um horário escolhido para ter o público garantido, mas não pensamos que no decorrer do espetáculo ficaria tarde, as pessoas sentiriam fome e frio. No meio da apresentação foi o que aconteceu, aos poucos o público, que eram pessoas muito animadas e presentes foram se dispersando. Percebendo isso depois das bolhas propus que a gente passasse o chapéu, foi ótimo. Momento justo, não fizemos o número da mesa, mas não ficamos sem o chapéu.
Ao final, todo mundo gostou, mesmo sendo pouco público, tinha qualidade e muita participação. Na fileira da frente tinha alguns adolescentes que riam e festejavam com todas as piadas. Depois do espetáculo, esperando Osvaldo que saiu para dar uma carona, compartilhamos momentos com Selmo (Que tinha sido pego por mim no momento do chapéu), Rivaldo (Que escapou de ser pego, dizendo que tinha problema no joelho), Thiago filho de Selmo (Um dos adolescentes animados da primeira fila). Fizemos amigos de verdade
Dia seguinte, 19 de Julho fomos na secretaria fazer produção para as próximas cidades, Romina fez as fórmula das bolhas e ganhamos alguns presentes. Osvaldo nos presenteou com um quadro de palhaço, Gemice que trabalha na secretaría com pilhas recarregáveis, realmente fizemos amigos. No período da tarde, fomos conhecer o espaço cultural de Janaina, o Evolute Pombal. Estava acontecendo uma exposição de pinturas de Janaina e Vania Reis.
Neste dia passamos a tarde na casa de Gracinha, conversando com ela e Rita, ouvindo suas histórias com Simão. Depois disso fomos na busca de um cachorro em uma casa na zona rural, levamos 1 hora até chegar e começamos ficar preocupados com o horário da apresentação, mas chegamos em um ótimo horário no Alto do Santo Antônio e tivemos uma linda surpresa. Quando chegamos já tinham cadeiras arrumadas e pessoas da comunidade esperando. Quando viram o fusquinha, alguns até gritaram: Chegaram!!!! Foi uma alegria inexplicável, outra comunidade linda e generosa. Simão, Gracinha e Judith assistiram novamente.
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