quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Uma experiência louca - Hotel da Loucura/RJ

Apresentação no Hotel da Loucura

A semana se passou no Hotel, vivenciando dia a dia a rotina dos "clientes" (como são chamados os pacientes) e os zeladores, que muitas vezes também exercem a função de enfermeiros. 

Na manhã seguinte, segunda feira, dia 2 de março, nos apresentamos no Hotel da Loucura, o Hospital Psiquiátrico Nise da Silveira.

A apresentação mais diferente e especial que já fizemos, acreditamos que por conta da semana de convivência com alguns dos clientes a apresentação fosse fluindo, permitindo as entradas e intervenções espontâneas deles. 

Por exemplo, o André que na hora da maquiagem se aproximou da Romina, ela pintou o seu nariz de vermelho. Ouvimos um pedido da plateia: Vira André!!!. 


Quando ele virou, todos riram. Esse momento fez com que ele saísse gritando o seu monossilabo que usa para comemorar: êêêêê...!!!

No começo pareceu que seria muito difícil captar a atenção deles, mas quando os instrumentos começaram a tocar gerou um clima onde todos estavam presentes, uma atmosfera mágica, conseguimos capturá-los pelas melodias do acordeon e da escaleta.


Nossa estadia no Hotel da Loucura foi do dia 22 de fevereiro até o 3 de março.  Duas vezes percorremos o espaço, fomos até o Museu do Inconsciente e conhecemos um pouco mais a fundo o trabalho de Nise da  Silveira e de Almir Mavignier, quem coordenava o atelier do hospício nos anos 40.


Nise da Silveira tinha a proposta anti - manicomial, tirar a prática do eletrochoque e lobotomia (é uma intervenção cirúrgica no cérebro em que são cortadas as vias que ligam os lobos frontais ao tálamo e outras vias frontais associadas) trazendo a proposta de práticas artísticas e manuais. Os pacientes , ou como Nise chamava "clientes" tinam oficinas de escultura, pintura, modelagem e etc... 

A pintura se destacando como forma de expressão e liberação do inconsciente. Alguns clientes pintaram mais de 3.000 quadros torando um  material útil para a pesquisa de Nise e Yung.

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